Por enquanto fresco, ainda não sei o que está acontecendo. Garimpo informações enquanto tento manter a calma, ligar para advogados e tomo uma cerveja. Sem culpa.
O fato: estudantes da (FFLCH) USP impedem detenção de alunos que portavam maconha. O que a midia me disse foi basicamente isso. O que um amigo, envolvido no rolê disse é que, depois de enquadrar, hoje a tarde, uma galera no morrinho (jardim que fica entre a Faculdade de História e Geografia e a Faculdade de Ciências Sociais, cercado de estacionamentos, onde a galera se reúne pra estudar, dormir, tomar cerveja, fazer churrasco e, desde sempre, fumar maconha), os policiais voltaram pela noite e deram enquadro nos alunos que estavam, de fato, fumando maconha. Primeira reação: impedir que os alunos fossem levados pra DP. Ok. Professores se reuniram, conversaram, tiraram os alunos de lá. A PM resolveu levar os caras mesmo assim. Não se esqueça que eles estavam só fazendo o trabalho deles. A gente concorda com esse trabalho? NÃO. Isso faz algum sentido? NÃO. Isso torna a briga dos alunos legítima? Hmmm... NÃO. O segundo passo foi fazer um cordão de isolamento, pros carinhas não serem presos. Justo. O terceiro passo foi depredar a viatura e partir pra cima dos PMs. Certo que coisas aconteceram entre o cordão e a depredação. Certo que os policiais se exaltaram. Certo que os alunos agiram por um absurdo sentimento de grupo (todos fazem, e a culpa não é de ninguém, Geisy Arruda feelings). Mas, como eu disse no começo, está acontecendo agora e eu estou em casa (pelega).
Partindo dessas (poucas e incompletas) informações, vem a parte complicada. A sociedade está dividida entre o bem o mal, nós pensamos no bem e no mal e bem... Dessa vez todo mundo é mocinho, todo mundo é bandido. Primeira coisa: maconha é ilegal. Todo mundo fuma. Todo mundo sabe onde comprar. De vagabundo a artista, de aluno a pós-doutorado. Tá todo mundo nesse rolê. Não é segredo pra ninguém. Mas continua sendo ilegal. Vale a pena armar essa briga pela USP? Vale tudo isso? Não acho. Ou abre a discussão, ou fica na boa e burla as regras pra não se quebrar. Até o momento em que os alunos foram presos, acho que a sociedade civil (e nesse caso estudantil) estava com a razão. É droga, é ilegal, mas sendo consumidas pelos cidadãos de bem, a elite intelectual do Brasil. Não são """"vândalos"""" e podia rolar um deixa disso.
E isso nos leva à outra questão: PM pra que? De fato faz sentido reprimir fumadores pacíficos de maconha quando tem tanta coisa bad acontecendo por aí? De novo, a discussão dentro da USP faz sentido? Até aí, estávamos cheios de precedentes para argumentar. E aí aconteceu o que fodeu o rolê inteiro: depredaram um carro da polícia. No calor do momento, isso é sensato. Isso é o único caminho. Pensando um pouco depois, isso dificulta toda a possibilidade da população se engajar. Lembre-se que nós, estudantes de humanas da USP não passamos de playboys maconheiros e mamãe-quero-ser-rebelde pros olhos de grande parte da população (e eu nem me atrevo a condenar quem pensa assim: o que a midia diz sobre a gente? Como o movimento estudantil tenta estrapolar os muros da universidade sem ser pela voz dos partidos?). Mais um pra engrossar o caldo da moral e dos bons costumes (aliás, eu tô coçando pra saber o que a Veja vai dizer...).
O que só nos remete ao fato realmente maior. Existe um motivo pra isso, que entre tantos maconheiros nessa linda cidade de SP esses três são detidos. Os cursos de humanas estão cada vez mais sucateados pelos reitores rabo preso com o PSDB (pra quem não sabe, é o Ilmo. Sr. Governador que escolhe o nosso reitor. Não, não são os professores, alunos e funcionários que VIVEM a cidade universitária que escolhe quem governa. É mais em cima. Isso faz a democracia enrubescer de excitação). Para que deixar o pensamento (livre??????) ser cultivado na Universidade (pra quem não conhece o nosso lindo tripé da universidade, temos o ensino, a pesquisa e extensão nos apoiando, ou seja, aprender, ensinar, produzir, criam. AHAM, CLÁUDIA), se podemos produzir técnicos em tudo? Essa é uma longa discussão, mas não dá pra ignorar esse fato como contribuinte para as ações do poder público sobre a nossa faculdade.
Cheio de questões sem resposta. Cheia de dúvidas, eu me pergunto se esse tipo de movimentação é de fato válida. Fiquei na dúvida sobre ir pra lá ou ficar. Dá pra perceber que eu fiquei, enquanto os três caras foram de fato detidos, enquanto a administração da FFLCH está prestes a ser ocupada.
update: a Veja já se pronunciou. sua linda. Vale ler também os comentários pertinentes do Lorenzo:
Informações dadas como verdadeiras, pero que não são:
O fato: estudantes da (FFLCH) USP impedem detenção de alunos que portavam maconha. O que a midia me disse foi basicamente isso. O que um amigo, envolvido no rolê disse é que, depois de enquadrar, hoje a tarde, uma galera no morrinho (jardim que fica entre a Faculdade de História e Geografia e a Faculdade de Ciências Sociais, cercado de estacionamentos, onde a galera se reúne pra estudar, dormir, tomar cerveja, fazer churrasco e, desde sempre, fumar maconha), os policiais voltaram pela noite e deram enquadro nos alunos que estavam, de fato, fumando maconha. Primeira reação: impedir que os alunos fossem levados pra DP. Ok. Professores se reuniram, conversaram, tiraram os alunos de lá. A PM resolveu levar os caras mesmo assim. Não se esqueça que eles estavam só fazendo o trabalho deles. A gente concorda com esse trabalho? NÃO. Isso faz algum sentido? NÃO. Isso torna a briga dos alunos legítima? Hmmm... NÃO. O segundo passo foi fazer um cordão de isolamento, pros carinhas não serem presos. Justo. O terceiro passo foi depredar a viatura e partir pra cima dos PMs. Certo que coisas aconteceram entre o cordão e a depredação. Certo que os policiais se exaltaram. Certo que os alunos agiram por um absurdo sentimento de grupo (todos fazem, e a culpa não é de ninguém, Geisy Arruda feelings). Mas, como eu disse no começo, está acontecendo agora e eu estou em casa (pelega).
Partindo dessas (poucas e incompletas) informações, vem a parte complicada. A sociedade está dividida entre o bem o mal, nós pensamos no bem e no mal e bem... Dessa vez todo mundo é mocinho, todo mundo é bandido. Primeira coisa: maconha é ilegal. Todo mundo fuma. Todo mundo sabe onde comprar. De vagabundo a artista, de aluno a pós-doutorado. Tá todo mundo nesse rolê. Não é segredo pra ninguém. Mas continua sendo ilegal. Vale a pena armar essa briga pela USP? Vale tudo isso? Não acho. Ou abre a discussão, ou fica na boa e burla as regras pra não se quebrar. Até o momento em que os alunos foram presos, acho que a sociedade civil (e nesse caso estudantil) estava com a razão. É droga, é ilegal, mas sendo consumidas pelos cidadãos de bem, a elite intelectual do Brasil. Não são """"vândalos"""" e podia rolar um deixa disso.
E isso nos leva à outra questão: PM pra que? De fato faz sentido reprimir fumadores pacíficos de maconha quando tem tanta coisa bad acontecendo por aí? De novo, a discussão dentro da USP faz sentido? Até aí, estávamos cheios de precedentes para argumentar. E aí aconteceu o que fodeu o rolê inteiro: depredaram um carro da polícia. No calor do momento, isso é sensato. Isso é o único caminho. Pensando um pouco depois, isso dificulta toda a possibilidade da população se engajar. Lembre-se que nós, estudantes de humanas da USP não passamos de playboys maconheiros e mamãe-quero-ser-rebelde pros olhos de grande parte da população (e eu nem me atrevo a condenar quem pensa assim: o que a midia diz sobre a gente? Como o movimento estudantil tenta estrapolar os muros da universidade sem ser pela voz dos partidos?). Mais um pra engrossar o caldo da moral e dos bons costumes (aliás, eu tô coçando pra saber o que a Veja vai dizer...).
O que só nos remete ao fato realmente maior. Existe um motivo pra isso, que entre tantos maconheiros nessa linda cidade de SP esses três são detidos. Os cursos de humanas estão cada vez mais sucateados pelos reitores rabo preso com o PSDB (pra quem não sabe, é o Ilmo. Sr. Governador que escolhe o nosso reitor. Não, não são os professores, alunos e funcionários que VIVEM a cidade universitária que escolhe quem governa. É mais em cima. Isso faz a democracia enrubescer de excitação). Para que deixar o pensamento (livre??????) ser cultivado na Universidade (pra quem não conhece o nosso lindo tripé da universidade, temos o ensino, a pesquisa e extensão nos apoiando, ou seja, aprender, ensinar, produzir, criam. AHAM, CLÁUDIA), se podemos produzir técnicos em tudo? Essa é uma longa discussão, mas não dá pra ignorar esse fato como contribuinte para as ações do poder público sobre a nossa faculdade.
Cheio de questões sem resposta. Cheia de dúvidas, eu me pergunto se esse tipo de movimentação é de fato válida. Fiquei na dúvida sobre ir pra lá ou ficar. Dá pra perceber que eu fiquei, enquanto os três caras foram de fato detidos, enquanto a administração da FFLCH está prestes a ser ocupada.
update: a Veja já se pronunciou. sua linda. Vale ler também os comentários pertinentes do Lorenzo:
Enquanto os crackeados te assaltam a mão armada, os alcoólatras te estupram na pracinha escura...os estudantes na vibe do verde, do morro, do mundo e do "só.." tomam no.. né?
ResponderExcluirpor você pensar assim, eu sei que você é a pessoa certa.
ResponderExcluirAchei correto a seu posicionamento mas você errou no final quando se posicionou partidariamente. Você queria quem na reitoria, o incompetente do Haddad? Achar que a a USP toda é petista não é correto. Aliás, graças a Deus não é, pois, se é para citar um governo que acha conveniente manter o povo burro, este governo é o federal petista.
ResponderExcluirDeitz, não foi minha intenção tomar partido. Mas sendo os goverdores há imemoriáveis tempos do PSDB, e sendo o governador que escolhe o reitor... O que eu acho é que a comunidade universitária devia escolher o reitor. Deusolivre que fosse do PT. Ou o Haddad. Mas você não acha que a gente - ou pelo menos representantes de todas as faculdades, alunos, funcionários e professores - deviam escolher quem manda na gente?
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